Alexandre Bastos
Fotos: Leitor
Após as manifestações dos professores da rede municipal, que se transformaram em uma greve de ocupação, outros servidores de Campos começam a divulgar suas pautas de reivindicações. É o caso dos cirurgiões dentistas, que apontam problemas estruturais, cobram horas extras e cogitam uma paralisação.
Em contato com a Folha, uma profissional relatou que a situação é precária. Além dos equipamentos em péssimo estado, faltam materiais básicos. Ainda de acordo com dentistas, os setores de radiologia e prótese também passam por sérios problemas. Os profissionais ressaltam que as dificuldades são antigas. Em 2013, a Folha publicou matéria sobre a precariedade dos consultórios e informou que muitos profissionais precisavam levar os materiais para conseguir trabalhar. Segundo o vereador Fred Machado (SD), que acompanha a situação dos dentistas desde 2013, o setor está “entregue as baratas”. “Venho cobrando um debate sério sobre este tema há quase dois anos. Inclusive, tentamos aprovar na Câmara uma audiência pública para ouvir os profissionais, os pacientes e também o governo municipal, mas o meu requerimento foi negado. O fato é que o setor está entregue as baratas”, disse Fred, que levou ao plenário da Câmara diversas reivindicações da categoria, como: Plano de Cargos e Salários; melhorias nas instalações de toda rede pública e carência de 100 a 150 auxiliares de saúde bucal concursados.
De acordo com e-mail enviado por um grupo de dentistas, o descaso não acontece apenas com o setor odontológico, mas com a Saúde em geral. “Desde o início da primeira gestão do governo Rosinha percebemos um grande descaso não só com a odontologia, mas com a saúde de um modo geral. Levar material do nosso consultório para o posto era um fato corriqueiro entre vários, pois a realidade da rede era a seguinte: quando tinha uma coisa, faltava outra e o paciente sempre voltava sem o atendimento. O tempo foi passando e as coisas só pioraram”, dizem.
Promessas – Na eleição de 2008 a então candidata Rosinha afirmou em seu plano de governo que “o poder público precisa cada vez mais voltar a sua atenção para um dos mais graves problemas do Brasil: a saúde bucal”. Na época, a candidata apontou “falta de ordenamento, precariedade e negligência”. Entre suas propostas estavam: reformar consultórios e adquirir equipamentos modernos, que proporcionem conforto, segurança e comodidade, revisar os convênios com as instituições prestadoras de atendimento e estabelecer o perfil das unidades”.
A Gerência de Odontologia do município informou que já recuperou dezenas de consultórios nos últimos meses, dentro do cronograma pré-estabelecido, para não gerar interrupção do atendimento e prejuízos. O processo licitatório para a aquisição de novos equipamentos está em fase final de tramitação. A secretaria desconhece a falta de insumos.
Folha da Manhã
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