Morreu na manhã deste sábado, dia 16, no hospital Copa D'Or, no Rio, o
ator Elias Gleizer. Ele estava internado desde quarta-feira, 6 de maio,
após fraturar cinco costelas e perfurar o pulmão durante uma queda de
escada rolante. A causa da morte, comunicada pelo hospital, foi por
conta de complicações que levaram à falência circulatória após uma
bronco-pneumonia.
No dia 6, Gleizer havia saído apenas para ir ao dentista. O próprio
dentista foi buscar o ator em sua casa, na Barra da Tijuca, para levá-lo
ao consultório, em uma galeria em Copacabana. Na subida pela escada
rolante, Gleizer caiu, quebrando as costelas e perfurando o pulmão. Ele
foi internado e atendido de imediato, mas logo começaram algumas
complicações: ele pegou uma pneumonia e uma infecção hospitalar, segundo
sua cuidadora, Shirley. O ator já havia saído da UTI para a semi-UTI,
mas não resistiu.
Sua assessora de imprensa havia conversado com ele por telefone nesta
sexta-feira, dia 15, e ele havia dito que estava tudo bem, que não era
para se preocuparem, que logo logo ele iria para casa. Apesar da
condição delicada do ator, o óbito pegou a todos de surpresa.
O enterro deve ser no Rio de Janeiro, ainda a confirmar, mas com
certeza, apenas a partir do domingo, por ele ser judeu. Quando morre
alguém desta religião num sábado, segundo suas doutrinas, só se pode dar
sequência ao luto e às resoluções após o pôr do sol. Sua única irmã,
Rosa, está vindo de São Paulo para o Rio de Janeiro para resolver as
burocracias. Aos 81 anos, Gleizer nunca casou nem teve filhos.
O ator Bruno Gagliasso, que foi seu neto na novela
Caminho das Índias, foi o primeiro a postar sobre a morte do ator, em
seu perfil no Instagram uma foto do ator e a carinhosa mensagem: "Meu
avô querido... Chegou a hora de descansar".
Entre 2011 e 2013, o ator havia sido internado por três vezes, devido a
complicações de um problema renal crônico, e chegou aos 67 quilos -
perdendo mais de 50 dos habituais 120. Mas ele estava com esta doença
controlada por diálise.
Em 56 anos de carreira, iniciada na TV Tupi, em 1959, Gleizer
participou de mais de 50 novelas, séries e minisséries, sendo seu último
trabalho na novela Boogie Oogie, em 2014. Seu tipo bonachão e seu jeito
doce sempre renderam muitos personagens do mesmo estilo, incluindo 10
padres, e por isso o carinho da classe, como Bruno Gagliasso em lhe
chamar eternamente de "avô". “Eu fiz mais de cinco novelas com crianças.
Eu tenho cara de vovô. Mas fiz mais novela de padre. Foram dez padres.
Também fiz frei, só não consegui ser bispo”, brincou ele, em depoimento
ao Memória Globo, em 2011.
Na Globo, Gleizer iniciou em 1984, a convite de Walther Negrão, para
atuar em Livre para Voar, e se destacou em várias novelas e minisséries
de sucesso, como Direito de Amar (1987), Fera Radical (1988), Tieta
(1989), Explode Coração (1995) e Chiquinha Gonzaga (1999). Seus mais
recentes trabalhos, além da participação em Boogie Oogie, foram Flor do
Caribe (2013), Terra Nostra (1999), Sinhá Moça (2006) e Passione (2010).
Ele ainda participou de Malhação, Zorra Total, e do filme Didi Quer Ser
Criança (2004).
Filho de imigrantes judeus poloneses - um sapateiro e uma dona de casa -
que fugiram para o Brasil na época da perseguição na Europa, Elias
Gleizer nasceu em 1934, em São Paulo, sendo batizado como Ilicz Glejzer.
Ele adorava brincar com seu nome. "Quando estou numa repartição
pública, na hora da entrega do documento, eles começam: ‘Pedro de
Oliveira, Antonio de Souza, Joaquim Gonçalves...’ Quando percebo uma
pausa de dois minutos, falo: ‘Sou eu’. Meu nome é Ilicz. Costumo dizer
que houve só três Ilicz no mundo: Ilytch Tchaikovsky, Vladimir Ilyich
Lênin e Ilicz Gleizer”, disse, também ao Memória Globo.
Fonte::http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/bruno-astuto/noticia/2015/05/morre-o-ator-elias-gleizer.html
Fonte::http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/bruno-astuto/noticia/2015/05/morre-o-ator-elias-gleizer.html
0 comentários:
Postar um comentário