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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Em Guarus, PU não tinha clínico


Paulo Ourives
Fotos: Genilson Pessanha 

Na mira dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, a Saúde em Campos continua expondo suas feridas. Neste domingo (14), no plantão do PU de Guarus, cerca de 20 pessoas aguardavam com ansiedade o momento de seus filhos serem atendidos pelo único pediatra que estava de plantão. Os quatro clínicos que deveriam estar trabalhando não se encontravam no local. O Ministério Público Federal (MPF) já constatou que nos hospitais do município a situação é grave, após uma série de inspeções efetuadas pelo órgão. Diante do descaso municipal, o juiz da 1ª Vara Cível de Campos, Ralph Manhães, em despacho divulgado na edição de domingo da Folha, tece considerações sobre a situação vivida em Campos.
De acordo com informações da auxiliar de serviços, Ana Carolina Melo Viana, que estava na tarde de domingo no PU de Guarus, o atendimento pediátrico para seu filho ela havia conseguido, mas o problema era a falta de remédios.
— Atendimento pediátrico já consegui. Mas eles alegaram que não tem remédios. Consegui o dipirona, já o soro de nariz e antialérgico eles não tem. Um dia como hoje não há clínico geral — contou Ana Carolina.
Informações dão conta de que a chefe dos médicos esteve no Posto de Urgência no início da tarde. Ela foi informada que os quatro clínicos contratados, que deveriam estar de plantão, não foram.
A auxiliar de serviços, relatou que pela manhã procurou atendimento na UPA, e que nesta unidade por não haver médico para atender e medicamentos, os funcionários estavam orientando os pacientes para buscarem atendimento no HGG e no PU de Guarus.
No PU da Saldanha Marinho, o movimento estava tranqüilo, pois havia médicos de plantão e o atendimento estava normal. Um paciente acrescentou que o PU de Guarus é que não tinha clínicos gerais para atender à população.
Entre as muitas irregularidades encontradas pelo MPF em suas vistorias estão a falta de estrutura física, medicamentos e ausência de médicos em unidades do município, além de remédios com data de validade vencida. Mesmo após a inspeção do MPF, os problemas não diminuíram. No Hospital Geral de Guarus (HGG), por exemplo, os pacientes continuam relatando problemas, inclusive com o chamado “plantão do caos”, onde apenas um clínico geral atende a uma gama de pessoas que solicitam atendimento médico, em uma unidade que não possui remédios na farmácia, além do aparelho de raio-X que encontra-se quebrado.
— Há constatação generalizada de total deficiência dos serviços de saúde, havendo verdadeiro descaso para com as pessoas, indicando uma situação totalmente desumana. Não se pode admitir que o município possa utilizar verbas públicas para fins de propaganda institucional ou para a realização de shows e eventos afins (...) em flagrante prejuízo para a educação e principalmente para a saúde da população”, observou o juiz Ralph Manhães em sua decisão.
Vale ressaltar que há muitas ações sendo ajuizadas na Comarca de Campos, nas quais é solicitada a prestação integral e eficiente dos serviços de saúde, como medicamentos, cirurgias, leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), exames e assistência domiciliar dentre outros.
Denúncias – A reportagem da Folha recebeu desde o início da tarde algumas denúncias dando conta de que por falta de material para atendimento, uma mulher grávida, não havia conseguido entrar no setor cirúrgico do HGG. Além disso, o denunciante informou que, no mesmo hospital, dois pacientes aguardavam desde as primeiras horas da manhã, para realizarem operações, mas por falta de material e a quebra de um equipamento que esteriliza os instrumentos cirúrgicos, muitos procedimentos teriam sido adiados.

Fonte: Folha de Manhã

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