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sexta-feira, 12 de junho de 2015

Influência portuguesa em Atafona


João Noronha
Foto: Valmir Oliveira 
Atafona, no litoral de São João da Barra, no início do século XVIII era dividida em sítios, e sua população formada, sobretudo, por pescadores e marinheiros. A primeira construção de tijolo e telha da praia, ainda de pé, porém com características originais alteradas data de 1880, onde é hoje o Cassino. A segunda foi erguida em 1884, na rua Jorge Moreira da Silva. As duas construções utilizaram a velha técnica da cal com óleo de baleia e tijolões de quase dois palmos, com telhas francesas de Marselha, cujo transporte era feito em canoas do porto da cidade até a praia.
Logo após, surgiram outras 17 com nomes pitorescos e irreverentes, como Gaivota, Coruja, Galinheiro e até Peixe Frito. Elas receberam telhas de argila feitas por escravos, para evitar que fossem levadas pelo vento.
Os sinais de progresso voltaram somente 16 anos depois, no século XX. Em meados de 1900, a vila começou a prosperar e foi denominada de Atafona. Famílias abastadas de São João da Barra e de Campos começaram a construir suas casas de veraneio, utilizando a mão-de-obra de portugueses, como o construtor Manuel de Oliveira Cintra. As residências com quatro ou cinco quartos e apenas um banheiro eram forradas com pano de saco de trigo caiado e assoalhadas com madeira de lei. As vilas e vivendas receberam nomes de familiares de seus proprietários e de santos de devoção, por volta de 1900/20. Elas eram dotadas de água quente dos fornos a lenha, banheiras e paredes com murais, pinturas marinhas e enfeites de porcelana, passando a ter nomenclatura comum no final dos anos 80, quando as homenagens deixaram de ser feitas, já que as ruas começavam a ser denominadas como Projetadas, e em seguida ganharam nomes de políticos, moradores e profissionais liberais, a pedido da Câmara do município.
As primeiras vilas e vivendas surgiram no entorno da agência ferroviária, hoje residência da família sanjoanense Fernandes. Elas se expandiram entre 40/50 até a avenida Atlântica, nas imediações do farol (sinaleiro de orientação dos pescadores). Simultaneamente apareceram as primeiras casas de madeira de Cláudio Mello, Sílvio Siqueira e do professor Fernando Andrade. Em 60/70; chegam a entrada do antigo Pontal e a Caixa D´Água da Cedae. Os ranchos, cantinhos e lares começam a ser levantados em toda a praia, principalmente nos bairros recém-criados, como Coréia e Baixada.
Em 90, artesãos e hippies inovaram criando placas de madeira, produzida em série, que passaram a ter destaque nas fachadas e portões residenciais, como “Hospício Lotado”, “Casa do Vô Ferré”, “My Dreams” e etc.
Entre 2000/07, as vilas e vivendas com denominações poéticas voltam a ocupar novos espaços na praia. Nas varandas, adornos de peixes em madeira, aquários, timões e lanternas de navio e redes de pesca enfeitavam as paredes. Em 2010, as casas passaram a incluir em sua decoração janelas e portas de blindex e vidros temperados, seguindo as novas tendências da arquitetura moderna.

Fonte Folha da Manhã

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