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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Obesidade infantil: nutricionista alerta sobre má alimentação


Uma em cada três crianças brasileiras está acima do peso e nutricionista comenta realidade de Campos


















Um estudo divulgado nesta semana aponta que uma em cada três crianças brasileiras entre cinco e nove anos está acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A realidade do país também pode ser notada em Campos e, segundo a nutricionista Ana Carolina Chatel Cunha, o alto consumo de produtos industrializados e as brincadeiras que consomem pouca atividade física podem colaborar para estes índices.

O número dos meninos obesos chega a 16,6%, enquanto as meninas alcançam a média de 11,8. Ainda segundo a OMS, se nenhuma medida for tomada, até 2025 a expectativa é que haja 75 milhões de crianças com sobrepeso e obesidade no país. “Em Campos não temos estatística sobre isso, mas pelas crianças que atendo percebo que realmente o índice nesta faixa etária está acima do peso e com alterações nos exames laboratoriais, como taxas mais altas de colesterol e triglicerídeos. Acredito que as crianças estão mais sedentárias também por causa dos brinquedos tecnológicos, que consomem menos energia delas”, disse a nutricionista Ana Carolina Chatel.

Além da pouca atividade física, outro fator preocupante é a alimentação dos pequenos. Para a nutricionista, o alto consumo de fast-food e produtos industrializados colaboram para uma dieta mais calórica e menos saudável. “Os pais têm a vida corrida e acabam oferecendo alimentos processados para os filhos. As propagandas também incentivam as crianças ao consumo de lanches desde muito novos e isso prejudica. Mas quem permite a ingestão destes produtos são os pais. Eles devem ter o controle”, disse a médica.

Mas, se alguns responsáveis precisam prestar mais atenção ao que os filhos estão comendo, outros cuidam para que eles não façam parte da estatística. “Meus filhos têm cinco e seis anos e estão dentro do peso ideal, mas percebo que o mais velho tem mais apetite. Além disso, eles têm a genética da obesidade na família e eu tenho a preocupação dobrada. Eu poderia facilmente oferecer produtos industrializados e alimentos prontos, porque minha rotina é cheia, mas evito dar massa, biscoitos recheados e refrigerante. No lanche do colégio sempre mando fruta”, disse Patrícia Alves, mãe de Afonso (cinco anos) e Ivan (seis anos).

Juntos por uma alimentação saudável

Segundo a nutricionista Ana Carolina, é preciso que as crianças tenham pouco acesso aos produtos menos saudáveis. Para isso, o apoio e disciplina dos pais na hora das compras são indispensáveis. “Se as crianças têm muitas guloseimas em casa, cabe aos pais reduzir este consumo e oferecer alimentos mais saudáveis. As crianças são reflexos dos pais e eles que são os responsáveis, porque elas não têm o poder de compra. A experiência que eu tenho no consultório é que as crianças aceitam bem as mudanças alimentares e acabam comendo o que é indicado pelos pais. Se todos os dias eles derem uma fruta e colocarem uma verdura no prato, as crianças vão se acostumar com o tempo”, informou a profissional.

Para a mãe dos pequenos Ivan e Afonso, a colaboração da escola também é importante para que as crianças se alimentem bem. “Na escola dos meus filhos, uma vez por semana eles incentivam que a gente mande o lanche 100% saudável. Gosto desta parceria e até ajuda a gente a pensar em alimentos melhores. A sociedade precisa ter a consciência por igual e não só dentro de cada casa. Às vezes nos acomodamos com nosso pouco tempo disponível e esquecemos o principal, que é a saúde deles”, contou Patrícia. 

Priscilla Alves
Folha da Manhã

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