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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

ANA autoriza nova redução do Paraíba do Sul

Desde esta quinta-feira, a captação de água do Rio Paraíba do Sul para o sistema Guandu, que abastece a cidade do Rio de Janeiro, caiu de 80 para 75 metros cúbicos por segundo (m³/s), conforme autorização da Agência Nacional de Águas (ANA). A nova redução visa aumentar o volume de água para abastecimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. No entanto, para especialistas as expectativas não são as melhores já que a alternativa poderá comprometer ainda mais o assoreamento e a captação no Paraíba.
A medida foi autorizada em março pela ANA e está sendo implantada gradativamente pelo Grupo de Acompanhamento da Operação Hidráulica do Paraíba do Sul, que conta com representantes da agência, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), dos comitês de bacia e de usuários.
Com isso, a vazão em Santa Cecília, onde é feita a transposição do Paraíba para o sistema Guandu, chegou ao limite mínimo autorizado, de 110m³/s. Os 35m³/s restantes seguem para a foz do rio, em São João da Barra. As reduções na vazão estão sendo implantadas desde maio de 2014, quando o limite mínimo passou de 190 para 173m³/s.
Volume morto em alguns pontos
O professor e ambientalista Aristides Soffiati, lembrou que a vazão do Paraíba vem sendo reduzida desde a década de 50 e tal alternativa poderá comprometer ainda mais o processo erosivo, o assoreamento e a captação. O especialista destacou ainda que os quatro reservatórios existentes: Paraibuna, Santa Branca, Funil e Jaguari, estão no volume morto e com a falta de chuvas periódicas a situação pode piorar. “A crise hídrica diminuiu a vazão do rio e, sem força, a água do mar invade a água doce. Chamamos esse processo de salinização e isso já vem acontecendo”, disse explicando que a água para o consumo fica salobra.
A equipe de reportagem do jornal O Diário entrou em contato com a assessoria de imprensa da Concessionária Águas do Paraíba, responsável pelo abastecimento de água em Campos, que garantiu que o abastecimento no município continua normal e a previsão é de que o cenário permaneça.
De acordo com o coordenador de Defesa Civil, Henrique Oliveira, na última medição no rio realizada ontem, a cota era de 4,65 metros. “Assim como a chuva da última terça-feira (25), que durou cerca de duas horas, estão previstas chuvas isoladas até o final de semana”, informou.
O técnico em meteorologista Carlos Augusto Souto de Alencar ressaltou que se não choveu no verão, as águas de inverno não são suficientes para repor o déficit hídrico. “Lamentavelmente, as previsões não são as melhores. Nesse verão teremos o El Niño, o que intensifica o período de seca. Com isso, se fazem necessárias as políticas de contenção dos recursos hídricos. Já ficou claro que as iniciativas dentro de casa fizeram com que os níveis dos reservatórios não baixassem muito. Mas ainda assim a situação não é favorável”, disse.
Especialistas dizem que não vai faltar água
De acordo com o diretor-geral do Comitê Guandu, Julio Cesar Antunes, os ajustes na vazão são feitos para que não seja atingido o volume morto dos quatro reservatórios do Paraíba do Sul. Segundo ele, com essa gestão, não vai faltar água para o abastecimento até o próximo período chuvoso.
Nesta quinta-feira, segundo os dados da ANA, o volume equivalente desses reservatórios estava em 7,7%. Em agosto do ano passado, esteve em 19,2% do volume útil e chegou a 0,66% em janeiro deste ano. É chamado de volume morto, o nível de água abaixo da capacidade de geração elétrica pelas usinas.
Por meio de nota, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) informou que “permanecerá produzindo a quantidade de água necessária ao atendimento da população do Grande Rio dentro de todos os parâmetros determinados pela portaria 2914 do Ministério da Saúde”.
Posicionamento – Na última quarta-feira (26), a ANA publicou em seu site uma nota de esclarecimento sobre a vazão nos reservatórios do Paraíba do Sul. No texto informou que o limite mínimo de vazão em Santa Cecília é de 110m³/s desde março de 2015, conforme Resolução 145/2015. Esse patamar vem sendo prorrogado e está autorizado até o dia 31 de outubro de 2015, por meio da Resolução nº 714/2015. Esclareceu ainda que com vazão mínima, a partição d’água na barragem de Santa Cecília se mantém em 35m³/s a jusante e passa para 75m³/s para o rio Guandu.




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