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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Martins Lage quer obras básicas



Júlio César Barreto
Fotos: Michelle Richa
Fonte: Folha da Manhã

Mesmo considerada uma localidade tranquila para viver, os moradores de Martins Lage, situada à margem da BR 356 (Campos-São João da Barra), se consideram esquecidos e pedem obras de melhorias. Eles consideram importante a construção de uma praça de lazer, posto de saúde, creche e escola, que oferte o segundo segmento do Ensino Fundamental (6º ao 9º Ano) e Ensino Médio. A comunidade se sente prejudicada com o atual fornecimento de água encanada, falta de rede de coleta e tratamento de esgoto e uma agência dos Correios. Outras reivindicações apontadas pelos moradores são o aumento no número de ônibus e instalações de redutores de velocidade na rodovia.
A dona de casa Vanusa Pereira Victorino, 45 anos ressalta que necessita trabalhar, mas não tem com quem deixar seu filho de cinco anos. Ela defende a instalação de uma creche na localidade.
— Se eu começar a trabalhar vou ter que gastar parte do meu salário pagando alguém para tomar conta do meu filho, o que não seria vantajoso, por isso uma creche nos ajudaria muito, pois essa situação acontece com várias mães daqui — disse, acrescentando que a Escola Estadual Municipalizada Alberto Lamego não oferta o ensino do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental.
Vanusa destaca que, uma escola que disponibilize o Ensino Médio deveria ser instalada no local, pois muitos jovens são obrigados a ir para a área central da cidade.
A secretaria de Estado de Educação informa que os estudos realizados este ano para ampliação da oferta de Ensino Médio não apontaram demanda para este segmento no 1º distrito (onde está localizado o bairro Martins Lage). Portanto, não há justificativa para a ampliação de salas de aula ou construção de nova escola até 2018.
Ainda de acordo com a Educação estadual, a rede conta com duas unidades de Ensino Médio: Colégio Constantino Fernandes (Parque Jóquei Clube) e Colégio Thiers Cardoso (Parque Tarcísio Miranda).
Outro problema apontado pela moradora Carmelita Lima da Silva, 51 anos é em relação a redutores de velocidade, que precisam ser instalados na BR 356, nas proximidades do km 152, em frente dos abrigos de passageiros. “Muitos motoristas fazem da estrada uma pista de corrida, o que já causaram muitos acidentes. A gente teme que qualquer momento poderemos ser as próximas vítimas”.
A Folha tentou contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), mas sem sucesso.
Posto, ambulância e espaço para diversão
Além da Educação, o setor da Saúde também é alvo de reivindicações dos moradores de Martins Lage, que dizem não têm ambulância à disposição e um posto de saúde, com médicos e remédios para a comunidade. “Quando precisamos de alguma coisa relacionada à saúde temos que nos locomover para o Centro ou para Cambaíba, mas mesmo assim não temos certeza que seremos bem atendidos, pois na última segunda feira estava com uma consulta odontológica marcada em Cambaíba e o médico não compareceu”, disse o criador de gado, Marco Antônio Araújo, 35 anos.
A secretaria de Saúde informa que a localidade não atende aos critérios do Ministério da Saúde, para a criação de uma unidade, neste momento. Moradores são referenciados paras as UBS Campo Novo e Venda Nova, além de Cambaíba. Os atendimentos odontológicos acontecem de segunda a quarta, pela manhã, e às quintas e sextas à tarde. A dentista atendeu normalmente na ultima segunda-feira.
O morador também reivindica a construção de uma praça, com brinquedos, sendo para ele, uma oportunidade de tirar as crianças das ruas.
A secretaria de Infraestrutura vai enviar um técnico ao local, para verificar as demandas citadas.
Ruas sem calçamento e rede de coleta de esgoto
A moradora Patrini dos Santos Tavares, 19 anos, reclama da demora do transporte municipal e a falta de calçamento de diversas ruas na localidade. “Apesar de vários itinerários passarem pela BR, a demora é grande. Nos finais de semana, a gente chega a esperar até 30 minutos para conseguir uma condução”, disse, acrescentando que nos períodos chuvosos fica impossível de circular pelas vias de chão, devido a grande quantidade de lama.
O Instituto Municipal de Trânsito de Transportes (IMTT) mantém contato diário com todas as empresas, para sanar eventuais transtornos, e assim oferecer um transporte coletivo cada dia melhor para os usuários.
A moradora Ana Carla Souza, 35 anos, lembra a dificuldade dos moradores em receberem correspondências. Segundo ela, a população tem que gastar dinheiro para ir ao Centro, se quiser ter acesso as suas contas. Ela diz ainda que nenhuma rua da localidade seria registrada e que não há Código de Endereçamento Postal (CEP).
Na localidade desde 1953, Aristides Rosa de Sales, 77 anos, ressalta que “o esgoto que temos é a fossa natural, que quando chove forte, transborda, e muitas vezes, chega perto da porta de nossas casas, sendo um perigo para a saúde”.
A Águas do Paraíba informou que a área não está incluída, no contrato de concessão para serviço de coleta e tratamento de esgoto.
Outro problema apontado por ele é a qualidade da água, oferecida pela Empresa Municipal de Habitação, Urbanização e Saneamento (Emhab), que de acordo com ele, após ser captada no rio Paraíba do Sul, só recebe cloro, como tratamento, e muitas vezes o gosto desse produto seria evidente na água.
A Emhab informou que as obras feitas na localidade compreendem no assentamento de rede, instalação de reservatórios para recebimento e distribuição da água após tratamento, perfuração de poços de captação, com profundidade de 80 a 200 metros, necessárias para encontrar água de qualidade para ser tratada adequadamente. Conta também com construção de unidade de água, com instalações para filtragem e clorificação. Quanto ao esgoto, não há previsão de construção de rede de esgoto, mas para o esgotamento basta ligar para o número 115.

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