Além dessa farra de combustível, cada parlamentar conta com 22 assessores
Enquanto o trabalhador paga para andar apertado em coletivos lotados no trajeto de casa para o serviço, o vereador macaense conta gratuitamente com um carro zero quilômetro e 750 litros de gasolina por mês. Com esse apoio logístico, cada vereador pode rodar mais de 100 mil quilômetros, fazer 25 viagens de ida e volta até ao Rio de Janeiro em um mês ou quase quatro voltas ao redor do mundo em um ano. Juntos, os dezessete vereadores conseguiriam completar 51 voltas no planeta, com a cota cedida pela Câmara. Ainda há os que consideram insuficiente a quantidade de combustível a que têm direito. O combustível é uma das ajudas de custo dos parlamentares para seu trabalho junto às comunidades.
Para exercer a função, o vereador macaense recebe uma verba de representação de R$ 8.055,00 líquidos. Possui um espaçoso gabinete de 60 metros quadrados, todo estruturado e com dez assessores pagos pela administração da Câmara. Para reforçar o time de trabalhadores, a Prefeitura cedeu 209 funcionários com salário bruto variando entre R$ 1.696,37 (artífice) a R$ 18.299,60 (técnico de contabilidade 3). Somando os servidores legislativos e cedidos, cada político pode contar com 22 funcionários à sua disposição. Se todos fossem trabalhar no mesmo dia, cada um teria pouco menos de dois metros para circular no gabinete.
Esse número de cedidos e também de contratados está gerando polêmica entre os próprios vereadores que pedem transparência à presidência para que sejam divulgados seus nomes, cargos e valores. Essa foi a solicitação feita por Maxwell Vaz (SD). O presidente da Casa, Eduardo Cardoso (PPS), explicou que a Câmara informará apenas a relação dos que foram cedidos à instituição e, de fato, prestam serviço na administração do Legislativo.
Salário Mínimo para Vereador
A população macaense utiliza as mídias sociais para divulgar a campanha que exige a redução da representação do vereador de R$ 8.055,00 líquidos para um salário mínimo de R$ 788,00. A proposta vem encorpando e, no Facebook, alguns internautas utilizam o cartaz dessa campanha como capa. O vereador Marcel Silvano propõe que o vencimento do parlamentar municipal seja usado como parâmetro para os salários do prefeito, secretário, subsecretários e presidentes de autarquias. “A crise no orçamento é muito mais profunda do que os salários desse ou daquele, como se reduzir os salários dos vereadores fosse a grande solução”.
Eduardo Cardoso chegou a pedir que o vereador do PT fizesse uma indicação para que a proposta fosse levada ao planário. Marcel estuda a legalidade jurídica para a redução do vencimento do Legislativo e do Executivo Municipal. Enquanto a discussão fica apenas no tom das palavras, milhares de terceirizados são demitidos da Petrobras e a economia de Macaé começa a sentir a crise financeira de maneira drástica, com o fechamento de empresas e com o comércio “às moscas”.
Tânia Garabini
Jornal Terceira Via
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